ou palavra sem contexto

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Adjunto adnominal

Artigos, adjetivos e pronomes, na análise sintática
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação


Em sintaxe, os artigos, pronomes e adjetivos que modificam um substantivo são chamados de adjuntos adnominais. Entenda para que eles servem e como funcionam.

Observe a primeira estrofre do
Hino Nacional:



A letra fica tão interessante porque muitos substantivos vêm cercados por adjetivos. Vamos observar alguns:
as margens
plácidas
Podemos verificar que os substantivos margens, povo, brado, sol e raios aparecem especificados por adjetivos de grande impacto: plácidas, heróico, retumbante, fúlgidos, o que confere um tom grandioso e brilhante ao texto. Os substantivos também são especificados por artigos, como as, um e o. Podemos observar também o uso de uma locução adjetiva: da Liberdade.

Todos esses termos são chamados de adjuntos adnominais. São palavras que acompanham o núcleo do
sujeito ou do predicativo do sujeito dando-lhes características, delimitando-os. São termos acessórios da oração, do ponto de vista da análise sintática

Um substantivo pode vir acompanhado de vários adjuntos adnominais. Vamos ver mais um exemplo. Observe o verso seguinte.

Se em teu formoso céu, risonho e límpido

Nesse caso, o substantivo céu vem acompanhado do pronome teu e dos adjetivos formoso, risonho e límpido. Todos esses termos têm a função de adjunto adnominal.
Retirado do site UOL

Complemento Nominal

Complemento nominal
São como objetos dos "não verbos"
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Alguns nomes (substantivos e adjetivos) se comportam de maneira similar aos verbos transitivos. Não entendeu? Pois bem, você vai ver que esse conceito de análise sintática não é tão difícil. Veja essas três orações:

A comunidade aguarda a construção da estrada.
O fechamento da fábrica causou grandes transtornos.
O avião fez uma mudança de rota.

O que essas expressões têm em comum? A resposta é: o fato de trazerem um nome ligado a um complemento, que chamamos de complemento nominal. Veja o esquema:

Há certas palavras (substantivos, adjetivos e advérbios) que apresentam alguma transitividade, isto é, seu sentido fica incompleto sem um complemento. É o mesmo raciocínio dos verbos: "quem constrói, constrói algo"; "se há construção, há construção de algo". O complemento dessas palavras é o complemento nominal.

Outro esqueminha ajudará a entender:

Basta pensar um pouco e você vai verificar que o mesmo ocorre nos outros dois exemplos dados.
Os verbos acima são transitivos diretos e pedem como complemento um objeto direto. Quando comparamos esses verbos com os substantivos, percebemos que os substantivos também pedem um complemento. O nome que se dá a essa função gramatical é complemento nominal. Podemos perceber assim que o complemento integra o sentido do substantivo.

Mas nem sempre os nomes que pedem complemento nominal estão ligados a um verbo. Há casos em que um substantivo abstrato demanda um complemento.

Veja os exemplos abaixo:



Há também advérbios acompanhados de complemento nominal, como neste exemplo:



Na lista abaixo, apresentamos vários exemplos de palavras acompanhadas de complemento nominal. Observe como a estrutura gramatical dessas expressões é bem parecida. Só para lembrar: o complemento nominal sempre é precedido de uma preposição (como a, de, com, em, por e outras).

Nome e Complemento nominal
sede de viver
ávido pelo dinheiro
alheio aos estudos
prejudicado pelos irmãos
sorte no amor
atração pelo desconhecido
estada em Machu Pichu
merecedor do Prêmio Nobel
confiança na medicina
contrário à pena de morte
atenção ao cliente
necessidade de dormir
farto de ouvir bobeiras
invenção do avião
acima da lei
capaz de voar
Retirado do site UOL

domingo, 19 de outubro de 2008

1ª Lista de exercícios - Sintaxe

Queriam exercícios... Aí vai então a primeira bateria. Mas, por gentileza, façam o favor de ler os textos que foram publicados nesse blog. Eu não perco meu tempo publicando-os apenas por diversão nem para deixar esse bloguezinho mais galante. Garanto que eles são muito mais importantes para a formação de vocês do que 20 ou quarenta exercícios de gramática, certo?

1. Nos períodos abaixo:

a) identifique e classifique o sujeito;
b) identifique e classifique o verbo;
c) verifique a ocorrência do predicativo e dos complementos verbais;
d) identifique e classifique o predicado.

1. A cidade se enfeitou para receber o ilustre filho.
2. A classe elegeu José deputado.
3. A inflação persiste ameaçadora.
4. A menina é estudiosa.
5. A pequena garota sorria.
6. A todos recomendamos precaução e paciência.
7. A vida são tristezas e alegrias.
8. Alguém bateu à porta.
9. Alguém bateu a porta.
10. Alguns alunos andam preocupados.
11. Amanheceu radiante o dia de hoje.
12. As meninas mesmas armarão a tenda.
13. As pessoas pareciam preocupadas.
14. As provas serão corrigidas pela banca examinadora.
15. Chamaram-no de covarde.
16. Cheira a churrasco aqui.
17. Chove no vale.
18. Cobiça e conflitos fazem parte do nosso cotidiano.
19. Com o convite, fez-se importante.
20. Contemple com atenção as obras de arte.

Faça com atenção a análise de todos os períodos acima. Compare uns aos outros e quebre a cabeça. Dúvidas serão resolvidas em sala de aula. Quem quiser gabarito, deixe um comentário e eu enviarei.

Bons estudos, queridíssimos!!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O habitante de Pasárgada - Manuel Bandeira

Este é um trecho de um filme muito bonitinho com o Manuel Bandeira.

Procurem-no depois de assitirem a essa prévia.

E fica aí um poeminha dele:


Arte de Amar


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor.

Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma. Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vida Maria




Há um curta muito bonito dirigido por Márcio Ramos chamado Vida Maria.
Além de ser delicado e muito bem feito, é ótimo para que estiver lendo Vidas Secas, sobretudo porque retrata o movimento cíclico da vida dos nordestinos.

As imagens acima foram retiradas do site do diretor, Márcio Ramos, onde você encontra todas as informações sobre o curta, incluindo a premiação e como adquirir uma cópia.


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Complemento Nominal vs. Adjunto Adnominal

Diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal
Há nomes que, por não terem sentido completo, exigem um termo para completá-los. Esse termo é chamado Complemento Nominal e inicia-se sempre por preposição.

Exemplos:



  • Impedimos a derrubada da mata.
    DERRUBADA: nome incompleto (substantivo)
    DA MATA: complemento nominal

    Você é igual a ele.
    IGUAL: nome incompleto (adjetivo)
    A ELE: complemento nominal

    Todos tiveram medo do ladrão.
    MEDO: nome incompleto (substantivo)
    DO LADRÃO: complemento nominal .

OBSERVAÇÃO:


O adjunto adnominal pode, às vezes, ser iniciado por preposição.
Exemplo: A casa de madeira caiu.
O complemento nominal sempre é iniciado por preposição. Isso pode gerar, em certas frases, sérias dúvidas quanto à função do termo em estudo.
Assim, quando um termo estiver se referindo a um nome e estiver iniciado por preposição, ele será ou adjunto adnominal ou complemento nominal. Para distinguir um do outro, é conveniente usar, como critério auxiliar da análise, as orientações seguintes:

Principais diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal.



  • 1.ª diferença:
    O adjunto adnominal só se refere a substantivos (tanto concretos como abstratos).
    O complemento nominal refere-se a substantivos (só abstratos), a adjetivos e a advérbios.

    2.ª diferença:
    O adjunto adnominal pratica a ação expressa pelo nome a que se refere.
    O complemento nominal recebe a ação expressa pelo nome a que se refere.

    3.ª diferença:
    O adjunto adnominal pode indicar posse.
    O complemento nominal nunca indica posse.

Exemplos de aplicação dos critérios acima:

As ruas de terra serão asfaltadas.
RUAS: nome (substantivo)
DE TERRA é adjunto adnominal ou complemento nominal?

Note que DE TERRA refere-se ao nome RUAS, que é um substantivo concreto (considerando a classe gramatical). Pelo 1.º critério, podemos concluir que DE TERRA só pode ser adjunto adnominal, pois o complemento nominal não se refere a substantivo concreto. Então, DE TERRA: adjunto adnominal.

A rua é paralela ao rio.

PARALELA: nome (adjetivo)
AO RIO: complemento nominal ou adjunto adnominal?

O termo AO RIO está se referindo a PARALELA, que é um adjetivo (considerando a classe gramatical). Usando o 1.º critério, podemos concjuir eu ao rio só pode ser complemento nominal, já que o adjunto adnominal nunca se refere a adjetivo.

As críticas ao diretor eram infundadas.
CRÍTICAS: nome (substantivo)
AO DIRETOR: complemento nominal ou adjunto adnominal?


Observe que CRÍTICAS expressa uma ação (ação de criticar). O termo AO DIRETOR é que recebe as críticas (o diretor é criticado). Usando o segundo critério, podemos concluir que AO DIRETOR é um complemento nominal.

As críticas do diretor eram infundadas.
CRÍTICAS: nome (substantivo)
Agora, o termo DO DIRETOR é adjunto adnominal, pois ele pratica a ação expressa pelo nome CRÍTICAS.

Do livro Novo Manual Nova Cultural – Redação, Gramática e Literatura. Professores: Emília Amaral, Severino Antônio e Mauro Ferreira do Patrocínio.

Retirado do site Por_Trás_das_Letras

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ler não serve para nada – Diogo Mainardi

Como tornar o Brasil uma nação letrada? É o título de um documento de Ottaviano Carlo De Fiore, secretário do Livro e Leitura. Honestamente, eu nem sabia que o Ministério da Cultura tinha um secretário do Livro e Leitura. Mas tem. Sua principal tarefa é "acompanhar, avaliar e sugerir alternativas para as políticas do livro, da leitura e da biblioteca". Foi exatamente o que Ottaviano Carlo De Fiore tentou fazer em seu documento, estudando maneiras de aumentar o interesse por livros no Brasil. Cito um trecho: "É fundamental que nos meios de massa, políticos, estrelas, sindicalistas, professores, religiosos, jornalistas (através de depoimentos, conselhos, testemunhos) propaguem contínua e perenemente a necessidade, a importância e o prazer da leitura, assim como a ascensão social e o poder pessoal que o hábito de ler confere às pessoas".


Não pertenço a nenhuma das categorias mencionadas por Ottaviano Carlo de Fiore. A rigor, portanto, meu depoimento não foi solicitado. Dou-o mesmo assim, ainda que tenha plena consciência de minha falta de prestígio e incapacidade de influenciar as pessoas. Se digo que meu escritor preferido é Rabelais, por exemplo, ninguém sente o irrefreável impulso de entrar numa livraria e comprá-lo. Se, por outro lado, Rubens Barrichello recomenda os relatos de reencarnação de Muitas Vidas, Muitos Mestres, do americano Brian Weiss ("depois que o li, o medo que tinha da morte foi embora"), é bastante provável que consiga vender quatro ou cinco exemplares a mais.


Minha experiência, ao contrário do que afirma o documento de Ottaviano Carlo De Fiore, é que o hábito da leitura constitui o maior obstáculo para a ascensão social e o poder pessoal no Brasil. Não é um acaso que aqueles que vivem de livros - os escritores - se encontrem no patamar mais baixo de nossa escala social. Muito mais baixo do que políticos, estrelas, sindicalistas, professores, religiosos ou jornalistas. De fato, basta entrar no Congresso, num estúdio de TV, numa universidade ou numa redação de jornal para ver que todos os presentes têm verdadeira aversão por livros. Eles sabem que livros não ajudam a conquistar poder, dinheiro, respeitabilidade. Livros só atrapalham. Criam espíritos perdedores. Provocam isolamento, frustração, resignação. Desde que comecei a ler, virei um frouxo, um molenga. Com o passar dos anos, foram-se embora todas as minhas ambições. Tudo porque os livros me colocaram no devido lugar. Nada disso, claro, tem a ver com o temperamento nacional, tão afirmativo, tão voraz, tão animal. É contraproducente tentar convencer os poderosos a prestar depoimentos sobre a importância dos livros em suas carreiras, simplesmente porque é mentira, e todo mundo sabe que é mentira. Dê uma olhada nas pessoas de sucesso que aparecem nas páginas desta revista. É fácil perceber que nenhuma delas precisou ler para subir na vida. A melhor receita para o sucesso, no Brasil, é o analfabetismo.


Por mais bem intencionado que seja Ottaviano Carlo De Fiore, duvido que um dia o Brasil venha a se tornar uma nação letrada. Se por acaso isso acontecer, certamente lerá os livros errados. Se calhar de ler os livros certos, só dirá bobagens sobre o que leu.


Publicado na revista Veja em 28/03/2001